1. O que é um Ano Jubilar ou Ano Santo?

  • Um tempo, de cerca de um ano em que a Igreja concede graças especiais – a indulgência jubilar – através do cumprimento de certas condições;
     
  • Um tempo no qual o amor misericordioso de Deus chama a Igreja para receber e distribuir uma mais abundante efusão da graça, de modo a progredirmos na conversão pessoal e comunitária;
     
  • Um tempo ao qual se aplica a expressão de Paulo: É este o tempo favorável, é este o dia da salvação (2Cor 6,2);
     
  • Um tempo com raízes bíblicas, presentes no denominado ano sabático, celebrado cada sete anos - no sétimo ano será concedida à terra um descanso, um sábado, em honra do Senhor: não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha (Lv 25,1-4) – assim como no Jubileu: “yobel” = trompa utilizada para assinalar o seu início, celebrado cada cinquenta anos: no dia do grande Perdão, fareis ressoar o som da trombeta através de toda a terra. Santificareis o quinquagésimo ano, proclamando na vossa terra a liberdade de todos os que a habitam. Este será para vós um jubileu; cada um de vós voltará à sua propriedade e à sua família. (…) Neste jubileu cada um de vós recobrará a sua propriedade. (…) Não vos prejudiqueis uns aos outros. Teme o teu Deus, porque Eu sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 25,8-17).
     
  • Um ano favorável da parte do Senhor. Cristo apresenta-se como aquele que realiza toda a tradição dos jubileus do Antigo Testamento: o Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do Senhor (Lc 4, 18-19). Cristo é o nosso jubileu.
     
  • Um tempo centrado na pessoa de Jesus salvador; dedicado de modo particular a Deus; oportuno para a prática da justiça social e da fraternidade; orientado para a conversão, a reconciliação fraterna e sacramental: um ano de graça de remissão dos pecados e das penas dos pecados, de reconciliação entre os desavindos, ano de múltiplas conversões e de penitência sacramental e extra-sacramental. A tradição dos anos jubilares está ligada à concessão de indulgências, de modo mais amplo que nos outros períodos (JP II, Tertio millenio adveniente, 14).
     
  • Um tempo de celebração festiva de júbilo e alegria não apenas interior, mas alegria que se manifesta exteriormente, já que a vinda de Deus é um acontecimento também exterior, visível, audível, palpável (Ibid 16).