A ditadura do «politicamente correto»

A expressão “politicamente correto” surgiu na década de 70 do século XX, nos anos do surgimento de grupos pacifistas e anarcas (mas contestatários de qualquer autoridade, como os hippies e várias ONGs radicalmente ligadas aos ecologistas, ao comunismo e à extrema esquerda) e consiste em utilizar uma linguagem neutra em termos de discriminação, oposta ao imaginário racista ou sexista.
Passou a ser a cartilha mental orientadora da atual sociedade - sociedade vazia de valores de relação. Opõe-se a qualquer Moral, sobretudo à Moral cristã. E linguagem melada, unida à politiquice rasteira, a que muitos Meios de Comunicação Social dão voz, especificamente quando, numa de parecer bem, os jornalistas tomam partido contra opiniões ou ideologias que se não enquadram nos seus esquemas. Curioso que estes jornalistas consideram-se muito democráticos... mas não admitem opiniões diferentes das suas.
Bela democracia! No politicamente correto usa-se uma linguagem verrinosa contra a direita política, mas muito sem sal a favor das minorias sociais ou culturais cujos direitos é preciso respeitar, mesmo que estas não respeitem os direitos das maiorias ou dos cidadãos que as recebem e servem. Faz parte do politicamente correto um vocabulário padronizado, cheio de lugares comuns, mas apelativo para criar microagressões e discussões pseudossociológicas - e tudo sob a máscara de uma superioridade moral subjetiva, sem moral nenhuma, vinda não se sabe donde. Os defensores do politicamente correto gostam de transformar problemas reais — como o racismo e a homofobia - em discussões de Café, em mero passatempo, como se a vida tivesse de acontecer sob a influência dos astros e das drogas.
A expressão até é bonita, soa bem, parece polida, digna de ser posta em prática. Puro engano! E um embuste que faz parecer virtuoso o que é vil, frívolo e indecoroso. A coisa funciona assim: usa-se uma linguagem que não indicie exclusão, diminuição e desvalorização de ninguém. Evitam-se títulos excludentes, descrições racistas que possam ser ofensivas, termos religiosos quando o grupo inclui pessoas de outras religiões; e, sobretudo, proíbe expressões depreciativas em relação às capacidades físicas ou mentais. O aleijado é um deficiente físico; o cego é um invisual; o coxo é um deficiente motor, o drogado é um dependente químico, e assim por diante. Será politicamente incorreto perguntar a uma jovem se tem namorado, porque essa pergunta presume que ela é heterossexual! Quer dizer: estamos perante uma ditadura pior que todas as outras, que obriga toda a gente a usar palavras como quem pisa ovos — porque os defensores do politicamente correto são sensíveis a qualquer objeção ou ideia que lhes desagrade ou não faça parte dos seus cânones, sob pena de ser considerada discurso de ódio; pensar ou agir diferentemente destas minorias é ser homofóbico. Tornamo-nos mal educados e incorretos pelo simples facto de usarmos palavras descritivas, que, em si, nada têm de ofensivo, mas que, na sua perspetiva, denotam racismo, xenofobia ou o diabo a sete. Imagine-se ao que isto chegou quando, em algumas cidades de Itália, até os fiéis católicos não podem rezar em voz alta para não ofender os refugiados muçulmanos recebidos nas suas igrejas!!!
Cón. Manuel Maria in a defesa, 20 de junho.