Bispo do Algarve encerrou o Jubileu 2025, dedicado à esperança, mas lembrou que ela “não se extingue”

O bispo do Algarve disse hoje na Eucaristia de encerramento do Ano Jubilar 2025, que teve lugar esta tarde na catedral de Faro, que “a esperança que o alimentou e lhe deu sentido, não se extingue com o seu encerramento”.
“Temos muito agradecer a Deus pelo caminho que juntos percorrermos ao longo deste Ano Jubilar. Este é o dia do seu encerramento, conscientes de que o caminho iniciado deve continuar. A esperança vai continuar a aquecer os nossos corações, a fortalecer a nossa fé e a impelir-nos para a prática da «caridade que nunca acabará»”, referiu D. Manuel Quintas, na Missa que contou com grande parte do clero da diocese – incluindo o bispo emérito de São Tomé e Príncipe, D. Manuel António dos Santos, pertence à congregação dos Missionários do Coração de Maria (claretianos), a colaborar com a Igreja do Algarve – e com uma numerosa participação de católicos, vindos de todo o Algarve.
Na sua homilia, o bispo diocesano constatou a Igreja algarvia que vê ao olhar para a “peregrinação jubilar diocesana” este ano realizada. “Não vemos uma multidão que caminha de modo uniforme, mas sim um mosaico colorido, vivo e vibrante da Igreja que somos, como Povo de Deus a caminho”, observou, reconhecendo que “cada grupo, com o seu jubileu específico, contribuiu com a riqueza da sua fé, da sua esperança, do seu testemunho e da sua identidade eclesial, para o enriquecimento de toda a Igreja diocesana”.
Com memória agradecida, D. Manuel Quintas evocou alguns dos principais jubileus sectoriais realizados, nomeadamente os jubileus dos catequistas, dos consagrados, dos doentes e profissionais da saúde, dos diáconos, dos presbíteros, dos reclusos, dos acólitos, das famílias, dos migrantes, dos movimentos e associações laicais, das crianças e adolescentes, dos jovens, da caridade e dos pobres e dos educadores.
O bispo diocesano considerou que nos respetivos jubileus as crianças e adolescentes lembraram “que a esperança nasce do encanto e da confiança”; os jovens mostraram “que a esperança é dinâmica, é coragem, é um «sim» decidido aos impulsos de Deus”; os avós e pessoas idosas ensinaram “que a esperança é também memória”; os presbíteros e consagrados ajudaram a “renovar o sentido da doação a Cristo e do serviço dedicado à Igreja”; e as famílias mostraram “que a esperança familiar não é ausência de medo, mas confiança de que Deus está connosco sempre e em todas as situações”.
O bispo do Algarve lembrou ainda a assistência aos mais necessitados realizada ao longo de todo o ano. “Este Ano Jubilar teve a marca da assistência aos pobres que tem de continuar”, pediu, lembrando ter sido pedido a todos que trouxessem hoje bens alimentícios para serem doados aos mais carenciados e que foram depositados em três cestas trazidas ao altar no momento da apresentação dos dons.
“Como atualizar na nossa vida quotidiana, quanto celebrámos e vivemos neste Ano Jubilar?”, interrogou D. Manuel Quintas. “Com e como as crianças, confiemos mais. Não cultivemos uma relação complicada com Deus. Somos seus filhos. Dirijamo-nos a Ele com o coração simples e aberto duma criança. Aliás é esta a lição que sempre aprendemos em cada presépio: a humildade e a simplicidade assumidas como estilo de sermos Igreja. Com e como os avós, valorizemos mais o tesouro da fé que cada idoso constitui para todos, sobretudo para as gerações mais novas. Com e como famílias, acolhamos a família de Nazaré como modelo de vida e escola das virtudes familiares. Assumamos, como Igreja doméstica que constituímos, a oração em família como uma necessidade e um imperativo, sem receios e sem complexos: família que reza unida permanece unida”, respondeu.
O bispo do Algarve pediu ainda que “com e como Igreja diocesana”, os cristãos algarvios prossigam o caminho que os move neste triénio pastoral “conscientes de que é difícil ser verdadeiros peregrinos sozinhos”. D. Manuel Quintas pediu que assumam “com maior disponibilidade e empenho”, quanto pede a todos – clero, consagrados e leigos – o processo sinodal em curso. “Temos ainda um longo caminho a percorrer, abertos à ação do Espírito, para experimentarmos a fecundidade de um estilo sinodal de Igreja, que não elimina as diferenças, antes as integra e valoriza, no que respeita à aplicação deste documento à nossa realidade diocesana, com as suas Regiões Pastorais, Centros Evangelizadores e Paróquias”, prosseguiu.
O rito de encerramento do Ano Jubilar da celebração continuou com alguns momentos particulares, para além do da apresentação dos dons, nomeadamente o da oração dos fiéis, em que se rezou “pelo mundo inteiro”, “por aqueles que sofrem”, “pelas famílias” e “pela comunidade diocesana”; o da comunhão sob as duas espécies; o pós-comunhão com um cântico de ação de graças de bendição pela graça do Ano Jubilar; e o da oração final de bênção sobre o povo.
A celebração ficou ainda marcada pela ocorrência de o bispo do Algarve ter usado, pela primeira vez, o cálice que a diocese lhe ofereceu no seu jubileu episcopal, ocorrido no passado dia 03 de setembro. D. Manuel Quintas anunciou que o deixará à diocese, após a sua saída, “como memória futura da celebração desse jubileu”.
A Igreja Católica celebrou o Ano Santo 2025, o 27.º jubileu ordinário da história, por iniciativa do falecido Papa Francisco, que o dedicou ao tema da esperança, e que foi continuado com o pontificado de Leão XIV.
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