Poetas da Oração

Oração

«A oração dos idosos é uma riqueza» para a Igreja e «uma grande injecção de sabedoria para toda a sociedade humana, demasiado ocupada e distraída». Voltando a falar sobre o papel dos avós na família e no contexto social de hoje, na audiência geral de 11 de Março o Papa reiterou que «a velhice é uma vocação». E que embora este período da vida seja «diferente dos precedentes, ainda não chegou o momento de “tirar os remos da água”».

Identificando-se com «esta faixa etária» — também porque quando esteve nas Filipinas o povo o saudava dizendo «Lolo Kiko», ou seja avô Francisco — exortou os seus coetâneos a «inventar» novos modos de ser idosos activos, porque «espiritual e moralmente as nossas sociedades não estão prontas para dar a este período da vida o seu pleno valor», a ponto que até «a espiritualidade cristã foi um pouco surpreendida». A este propósito, citou os numerosos «testemunhos de santos e santas idosos» que «graças a Deus não faltam», como ele mesmo experimentou no Dia dos idosos que teve lugar na praça de São Pedro a 28 de Setembro passado. Ou como Simeão e Ana, «que quando reconheceram o Menino descobriram uma nova força para uma renovada tarefa: dar graças e testemunhar». Por isso, convidou a seguir «o sulco destes anciãos extraordinários», tornando-se «também nós um pouco poetas da oração», como Bento XVI, «que quis passar na oração e na escuta de Deus a última fase da sua vida».

Depois de ter criticado o «cinismo» dos idosos que perderam o sentido do seu testemunho, desprezam os jovens e não comunicam a sabedoria de vida, o Pontífice salientou que «as palavras dos avós têm algo de especial para os jovens». Aquelas «que a minha avó me confiou por escrito no dia da minha ordenação sacerdotal — revelou — ainda as tenho comigo». E concluiu desejando «uma Igreja que desafia a cultura do descartável com a alegria transbordante de um novo abraço entre jovens e idosos».

Fonte: L’Osservatore Romano